…Adicta de Relacionamentos Tóxicos!

Verdade seja dita que, para mim, um relacionamento tóxico era aquele relacionamento extremo, de situações de violência física e pouco mais do que isso.

Entretanto com a observação que tenho feito a essa área da minha vida e com tudo o que tenho vindo a aprender, compreendi que há muitas outras situações que não são mais do que relacionamentos tóxicos, mas vestidos por mim com as roupagens de ‘pequenos desentendimentos’….

Desde pressão psicológica, chantagem emocional, ao apego, passei por tudo!

No fundo, no meu caso, a necessidade de me sentir amada e reconhecida era tão grande, que esperava que o outro me desse aquilo que eu não era capaz de me dar a mim própria – amor, reconhecimento, merecimento, segurança, independência…

O facto de não me sentir merecedora de afectos, fez com que atraísse para a minha vida, pessoas que não sabiam demonstrar afecto.

O facto de não sentir amor próprio, fez-me atrair pessoas que não me amaram.

O facto de não sentir segurança perante a vida, fez com que atraísse pessoas que me faziam sentir dependente, insegura de mim.

O facto de não me sentir capaz de viver de uma forma independente, fez-me atrair pessoas a quem amei com apego.

O facto de não acreditar em mim e nas minhas capacidades, fez com que atraísse pessoas que não me reconheciam como ‘capaz’, que me menosprezavam.

O facto de me sentir como vítima da vida, fez com que atraísse pessoas controladoras, manipuladoras, exploradoras.

Percebi na minha jornada de auto-conhecimento, que tudo o que atraí para a vida foi fruto da minha atitude perante a mesma.

Como nunca me achei merecedora de abundância, vivi uma vida de dificuldades e escassez.

Como vesti o papel de vítima perante a vida, atraí pessoas que me tratavam como isso mesmo, de modo prepotente e controlador, manipulando e não respeitando os meus direitos, ou necessidades, nem reconhecendo as minhas virtudes. E durante todo o tempo, eu senti que não tinha outra solução, que não fosse aguentar, porque achava que não tinha escolha….

Todo este panorama fez com que nunca tivesse conseguido relacionamentos em que me sentisse plena e em igualdade e isso manifestou-se em todas as áreas da minha vida – profissional, social, amorosa.

À medida que vou desenvolvendo a capacidade da auto-observação e da auto-análise, vou-me apercebendo das situações em que não me dou valor, em que não me sinto merecedora, ou em que considero que sou vítima das circunstâncias e que não tenho outra opção, que não seja aceitar aquilo que não me está a agradar ou que me incomoda.

Apercebi-me também da necessidade de dependência do outro para me dar apoio, quer fosse nas minhas tomadas de decisão, quer fosse para estar ao meu lado enquanto me lamentava da vida que levava, quer fosse para me sentir amada, ou simplesmente para ir a algum lugar e desfrutar de simples momentos sociais. Esta minha forma de estar teve consequências: algumas pessoas ‘aproveitaram-se’ de mim, outras tentaram controlar-me ou limitar-me (tentando retirar-me valor e reduzir-me à insignificância de que eu me sentia merecedora), outras ainda usaram-me para alcançar os seus objectivos – tudo isto, com o meu consentimento tácito, por não me achar merecedora e capaz de tomar as rédeas da minha própria vida!

Acontece que, por muito que me observe, isso não é sinónimo de mudança, pois eu preciso de ir mais fundo dentro de mim, entrar em contacto com o meu lado mais negro para resgatar a energia que me impele para a mudança. Para isso eu recorri ao apoio de um Coach especializado em Eneagrama, que, com as ferramentas certas me orientou no processo de transformação.

Hoje, eu não só sei quem sou, como acredito em mim, sinto-me merecedora de abundância em todas as áreas da vida e sei o que quero para mim.

Hoje eu escolhi ser a criadora da minha própria vida.

Hoje eu escolhi ser a autora da minha história e não uma mera actriz secundária.

Hoje eu sei que sou o bastante e escolhi ser responsável pelas minhas escolhas e decisões, sem ter que recorrer ao apoio de ninguém, nem estar sujeita às suas opiniões ou julgamentos.

Hoje eu sou independente na vida que escolho viver, pois sei que sou eu quem sabe o que é melhor para mim e para servir o meu propósito.

Posso confessar que

no espaço de 6 meses, a minha vida mudou radicalmente.

Afastei-me de pessoas tóxicas, que se ‘alimentavam’ de mim e apenas me ‘puxavam’ para baixo.

Aumentei a minha auto-estima e passei a sentir-me capaz de alcançar e realizar os meus sonhos.

Permito-me sonhar e ter sonhos!!!

Descobri o meu propósito de vida e aquilo que me faz feliz.

Redescobri o prazer de viver e de estar ‘apenas’ comigo.

Aprendi a fluir com a vida, em vez de remar contra a corrente a cada dia.

Comecei a atrair pessoas que me acrescentam valor e com quem posso crescer e ajudar a crescer.

Ao aprender a relacionar-me comigo própria e a respeitar-me, aprendi também como posso relacionar-me com os outros de forma saudável e respeitando a sua individualidade.

Aprendi a amar sem apego, em liberdade e respeito mútuo.

Hoje escolho ter relacionamentos de inter-dependência, em que não dependo, nem preciso do outro, mas antes, escolho e opto por estar com ele a cada momento, sabendo que nenhum de nós constitui uma amarra para o outro, mas antes é alguém que escolhe ‘estar ao lado’ e ajudá-lo a crescer e evoluir!

Relacionamentos tóxicos? Não obrigada!!!!