Eu Sou Um Ser Imperfeito….

Hoje chego até vós a partir da humildade do meu Ser.

Da vulnerabilidade da pessoa em construção que sou e que procura crescer com os seus erros de Humano, melhorando com cada queda e estando aberta para enfrentar a vergonha que comportamentos e atitudes, menos agradáveis, ou menos ”bonitos” ( que também tenho !!!), originam e com isso, ir aperfeiçoando a forma como interajo com os outros, mas sobretudo, como interajo comigo!

Relacionamentos é algo que não podemos evitar na vida, a menos que sejamos eremitas.

Se não for com @s companheir@s , será com os pais, com os filhos, com primos, os tios, mas também com os clientes, fornecedores, sócios, accionistas, enfim, até com a pessoa que nos serve o café.

Quando me dedico a este tema é por saber a importância que tem para a nossa qualidade de vida enquanto seres sociais e humanos.

No entanto e não menos importante, o relacionamento primordial que temos é connosco – com a nossa própria pessoa.

No meu caso particular, por ser uma pessoa muito crítica para comigo, sempre fui muito pouco condescendente com as minhas falhas ou erros.

Até há algum tempo atrás, não me apercebia disso, apenas sentia que nunca estava bem e que vivia num desalento constante, envolto numa raiva contida e num ressentimento que transportava, como um fardo que nos pesa nas costas.

Isso fez de mim uma pessoa rancorosa, sempre mal disposta e insatisfeita com a vida e com tudo o que me rodeava.

Hoje tenho a consciência de que não gostaria de me relacionar com a pessoa sombria que eu era e por isso respeito muito e tenho uma enorme gratidão por todos aqueles que me ”aturaram’ nessa fase – alguns durante tempo demais! (Para todas essa pessoas deixo aqui o meu obrigada e a minha veneração!!!)

À medida que tenho vindo a desenvolver trabalho sobre mim, apercebo-me de que sempre fui mais tolerante, e compassiva com os outros do que comigo própria, o que me levou a treinar estas e outras qualidades no meu auto-relacionamento .

Também hoje, consigo perceber com mais facilidade, quando as birras da minha criança interior estão a querer surgir, nas mais variadas situações – sim, todos guardamos em nós a criança que outrora fomos e é ela que, desesperada por se fazer notar, é a responsável por muitas das nossas actuais atitudes, algumas das quais, quando analisadas à distância, conseguimos ver que não foram mais do que ”birras de criança”.

Nesses momentos, em vez de continuar a insistir com a minha ideia ou comportamento, sorrio e percebo que apenas tenho que os largar, pois foram fruto da manifestação da minha criança sedenta de atenção, mas não sem antes as reconhecer e assumir, para que ela (criança interior) perceba que a ouvi.

Abraço-a mentalmente, agradeço-lhe a manifestação e informo-a de que agora sou adulta e escolho outro ‘caminho’.

Isto, apesar de parecer uma brincadeira (quiçá infantil, também…), faz de mim uma pessoa mais equilibrada, mais presente no Agora e mais paciente comigo, o que faz com que não veja reflectida nos outros a minha ira interna!

Também faz com que eu seja uma pessoa mais tranquila o que, segundo os que me rodeiam, transmite alguma calma e paz àqueles com quem interajo.

Assim, aos poucos e ‘passito a passito’, tenho vindo a transformar-me de uma pessoa irascível, beligerante, de trato difícil, insatisfeita e altamente crítica (comigo e com os demais), em alguém mais tolerante, pacífica, e diria mesmo, mais doce, o que faz com que em vez de afastar os outros de mim, pelo contrário tenha passado a atraí-los.

Como consegui tudo isto?

Primeiro por não gostar de como era.

Depois pela  minha abertura e curiosidade para me conhecer, aprofundar e transformar.

E por fim, com a procura das ferramentas apropriadas.

A descoberta do meu Eneaperfil de personalidade, foi a cereja no topo do bolo, pois fez com que eu compreendesse o porquê de muitos dos meus comportamentos e insatisfações, ao perceber as necessidades que tenho, quais os meus vícios e fixações.

Por fim, nada disto teria sido possível, sem uma auto-observação atenta e constante e o questionamento aos meus motivos e às minhas acções e reacções.

Tento perceber o que me estão a mostrar, que eu ainda desconheço e que terei que mudar, se quero continuar neste caminho de aperfeiçoamento do ”Eu”.

Toda esta caminhada fez desabrochar em mim:

# a tolerância – para com a minha imperfeição,

# a flexibilidade – para aceitar outras formas de olhar para as situações,

# a aceitação – de mim e dos outros tal como são, sem os querer mudar a todo o custo ???? ,

# o desapego – ao querer estar sempre certa! Errar faz parte da aprendizagem!  ????

# a descompressão – ao perceber que não terei que ir sempre a ”correr” em socorro dos outros para lhes resolver os problemas (são eles que terão que descobrir a forma de o fazer, pois será isso que lhes trará o crescimento de que necessitam).

# a compaixão –  pelos meus erros, imperfeições, falhas … (em relação aos outros já a sentia).

# a vulnerabilidade – para que consiga assumir a minha humanidade não querendo ser um qualquer super-herói, sempre pronto para ir em auxílio do próximo, mesmo quando tem a própria ”casa a arder”!

Dito assim, parece fácil, mas só quem é dotado de um Tipo de Personalidade semelhante ao meu, poderá compreender o desafio que tem sido.

Outras pessoas terão outros desafios, igualmente grandiosos!

Posso dizer-vos que tem sido um trabalho duro embora altamente compensador, que me tem permitido não só elevar os meus relacionamentos para um novo patamar, como encontrar e aceitar a humanidade em mim!