Ao lado de um homem insatisfeito existe sempre uma mulher igualmente insatisfeita!

E não existem culpas nem culpados…apenas ”desencontros”.
Estes ”desencontros” estão plasmados na forma de afastamentos, necessidades não satisfeitas, desalinhamentos na relação, entre vários outras factores.
Os elementos do casal começam a afastar-se pelos mais variados motivos, que por vezes acontecem por uma razão de menor importância que vai acabar por se agigantar tal como uma bola de neve.
Uma necessidade não atendida, porque não foi expressa, vai criando um vazio que faz com que a pessoa comece a procurar formas de o preencher recorrendo aos mais variados meios – desde o encontrar o confidente especial para manifestar o seu desagrado e falar sobre tudo aquilo que não consegue falar com o seu par, a encontrar formas de escape que o façam estar cada vez mais tempo distante do outro.
Assim começa-se a olhar para o outro como o causador do mau estar que se está a sentir. Então como numa forma de psicologia invertida, em vez de existir uma aproximação e o criar de um espaço para a partilha e procura de soluções a dois, começa a criar-se um fosso que faz com que se passe a ver no outro apenas aquilo que nos desagrada, como que numa procura de um ”desapaixonamento”, um desapego emocional do outro.
Começa a alimentar-se o ciclo de guerrilha. Aquilo que cada um diz ou faz é visto como um ataque, ao qual o outro responde com um contra-ataque, ciclo este que se auto-alimenta.

 

O diálogo construtivo deixa de ter lugar e a vontade para passar momentos de intimidade a dois é cada vez menor! Afinal, como é que uma pessoa ‘zangada’ vai conseguir abrir-se para se partilhar com o outro em alegria e entrega?!
Por trás dos actos de cada um existe uma grande necessidade de se sentir amado, reconhecido e aceite.
Por não saber como pedir aquilo de que sente falta, o adulto por vezes adopta atitudes algo infantis, que o impedem de estabelecer um diálogo franco e aberto.
Também a dificuldade em se vulnerabilizar e comunicar as suas necessidades, faz com que muitas vezes ”coloque a máscara” de intocável para criar à sua volta um muro que não permite que o outro penetre e aí guardar a sete chaves as suas fragilidades.
Ora para uma relação ser bem sucedida, ela requer abertura, partilha, vulnerabilidade, compaixão, compreensão e disponibilidade para ”estar presente” para o outro, nos seus momentos mais frágeis, em respeito.
Acontece que estes atributos terão que ser desenvolvidos por ambos os elementos do casal, pois não há equilíbrio se um ”apenas ouvir” e outro ”apenas se fragilizar”.
Comemorar as vitórias e partilhar bons momentos pode ser fácil, mas o que mais fortalece a relação é a presença e a disponibilidade para apoiar o outro quando ele necessita, sabendo também aceitar esse apoio quando dele necessitar.
E é neste equilíbrio entre dar e receber que passo a passo se vai fortalecendo a relação enquanto se caminha, lado a lado em apoio mútuo, sem necessidade de procurar fora o apoio que existe ”dentro”, fortalecendo a relação