Livre Como um Pássaro – Uma Ecológica Forma de Amar
Da minha experiência, constato que a maioria das pessoas que está ou procura um relacionamento, fá-lo com determinadas expectativas.
É natural e bom que tenhamos alguma ideia sobre o relacionamento que queremos viver e a pessoa que gostaríamos de ter a nosso lado.
Contudo, na grande maioria das vezes criamos imensos cenários sobre o que esperamos OBTER do outro.
Quando eu pergunto às pessoas o que pretendem DAR à sua relação, não é invulgar que fiquem perplexas com a pergunta, formatados que estão para o que esperam receber!
Quando olhamos para o outro na perspectiva daquilo que nos poderá ‘dar’, estamos a retirar-lhe a liberdade para ser quem é e para dar o que lhe apetecer e o que tiver para nos dar (lembre-se de que só podemos dar aquilo que já temos em nós!)…
Se queremos viver relações saudáveis e que nos proporcionem crescimento, temos que dar espaço e respeito aos nossos pares, para que possam viver a sua verdade. Temos que lhes permitir viver o seu próprio egoísmo, (é isso aliás, que irão fazer, de qualquer forma!).
Vamos querer que pensem naquilo que é melhor para eles, respeitando as suas decisões e ter a ‘leve’ esperança de que, se nos amam, encontrem pelo menos um pouquinho de tempo para pensar também em nós.
Isto irá permitir-nos trabalhar a nossa fragilidade pessoal. Lá bem dentro de nós a nossa criança irá pensar ”Vou correr o risco de partilhar-me com uma pessoa e não esperar nada dela? Então para quê o relacionamento?!”.
Pois é, o relacionamento ‘maior’, o relacionamento ‘maduro’ é assim mesmo! Um relacionamento em que deixamos o outro livre para nos amar...ou não! A escolha é dele!
Não vamos controlá-lo, não vamos dominá-lo, e muito menos “cruxificá-lo” por não fazer algo que gostaríamos que fizesse ou que nos desse.
Analogamente, também não vamos querer ser controlados por ele. Queremos ser livres para escolher amá-lo, diariamente, por quem é, com os seus defeitos e as suas virtudes e para podermos ser ‘nós mesmos’.
Queremos sentir-nos livres para nos relacionarmos com o outro, pelo privilégio que isso é para nós, porque o amamos!
Simples assim!!!
Não existe uma relação de dependência entre duas pessoas inteiras.
Eu dou amor a uma pessoa quando eu lhe dou liberdade e respeito.
Respeito os seus sentimentos, as suas escolhas, os seus limites, as suas dores – a sua autenticidade!
Helena Anjos