A discussão é saudável e é uma forma de se trazerem à luz diversos pontos de vista sobre um mesmo assunto.
Já as brigas, que por vezes levam ao descontrolo emocional e até mesmo aos gritos, em nada contribuem para enriquecer uma relação.
Há assuntos que podem ser considerados tabu, por não haver concordância possível entre os dois elementos – é o caso por exemplo do clube de futebol de que cada um é adepto.
Em assuntos fracturantes, mas que não são essenciais à relação, a melhor solução é sempre aceitar a opinião de cada um, sem querer mudá-la, e concordar que o assunto não é para ser “discutido”.
Outros assuntos há, onde se pode fazer um acordo tácito de concordar em discordar, já que nem sempre é possivel duas pessoas estarem em consonância e terem a mesma opinião.
Quando o tema são situações essenciais para a vida em conjunto, aí, há que perceber se a relação está alinhada com as necessidades e desejos de cada um.
Por exemplo se uma pessoa deseja ter filhos e a outra não, talvez seja de considerar se essas duas pessoas, por muito que se amem, devem ou não perspectivar uma vida em conjunto, uma vez que haverá sempre este assunto de permeio, que irá minar a hipótese de um relacionamento saudável. Podem até tentar, mas chegará uma altura em que o elemento que quer ter filhos, irá sentir que não pode mais adiar essa sua vontade e terá então que tomar uma resolução: ficar ou partir!
Isto porque não tem o direito de tentar “converter” a outra pessoa à sua vontade, o que representaria não só uma falta de respeito para com o outro enquanto pessoa com as suas convicções, como também iria tornar-se um ponto de conflito no futuro – neste caso, com eventuais consequências também para as crianças que pudessem nascer desta relação.
Portanto, tu podes escolher a forma como queres viver com o teu par:
❤ em discussão, saudável, onde cada um tem a oportunidade expôr os seus pontos de vista e em que o outro aceita ouvir, com abertura suficiente para que esteja disposto a mudar a sua própria opinião, se perceber que existe uma nova perspectiva, talvez até melhor que a sua, pela qual nunca tinha analisado o assunto;
???? ou em briga, que leva a discussões fracturantes num crescendo emocional onde cada um deixa de ouvir o outro, para apenas gritar ( muitas vezes, literalmente) a sua opinião como única opção válida e não negociável, apenas poque quer ter razão, qual criança a fazer birra! (Na verdade é a nossa criança interna que está efectivamente, a fazer birra!)
O sucesso de uma relação está muito ligado à forma como os seus elementos têm a capacidade de abordar os temas “quentes”, aqueles em que cada um tem uma opinião diferente.
????Podem ser decisões impactantes para o futuro de ambos, que têm que ser tomadas e que por isso há necessidade de chegar a um acordo de compromisso, onde poderão ter que existir cedências de parte a parte, a bem da relação;
????ou podem ser pequenas decisões do dia a dia, como quem faz o jantar ou arruma a cozinha, ou até a que horas se janta. Aí há apenas que analisar ambos os pontos de vista e ver o que melhor se adequa à vida em casal, deixando de lado justificações que se prendem com o transgeracional, que dão origem a expressões como “é assim porque sempre foi assim em casa de meus pais!”.
Estas questões são importantes de perceber, juntamente com o facto de compreender que a formação de uma nova família implica a criação de novas regras, que se adaptem à nova relação que se está a iniciar, que respeitem as necessidades de cada um e que se integrem na gestão de vida que ambos terão que fazer para se adaptar à vivência em comum.
Para se desfrutar de um relacionamento pleno, há que sermos pessoas inteiras, percebendo que não temos deixar de ser quem somos, mas que teremos que nos adaptar para nos podermos partilhar com o outro.
Isso implica por vezes ir ao fundo do nosso ser para analisar até que ponto determinada situação que nos afecta, o faz por estar relacionada com vivências passadas, por vezes bem enterradas na nossa infância e que nos deixaram traumas ( podemos não estar a olhá-los como tal, mas a verdade é que se nos afecta, então é porque existem!).
Implica ainda perceber que também o outro se debate com assuntos semelhantes e por isso, em vez de olhá-lo como “um alvo a abater”, ou “uma opinião a converter”, há que abraçar a sua vulnerabilidade com empatia e compaixão e, em amor, tentar entendê-lo, sem o querer curar ou mudar, pois isso é da responsabilidade própria de cada um.
Eu sou Helena Cristina Anjos e estou em Missão para Criar Pontes Entre os Casais.