O Meu Relacionamento Está ”Normal”…

Hoje durante uma conversa com um amigo, fui levada a reflectir sobre o que é a normalidade.

Do meu ponto de vista, normalidade é tudo aquilo que nos traz conforto e segurança – a segurança do expectável, do conhecido, daquilo que se tornou um hábito nas nossas vidas.

Diria mesmo que a normalidade, não é senão um outro nome para a nossa ”zona de conforto”, aquele ”lugar” estéril onde nada cresce, onde estagnamos ficando confortavelmente à espera do dia seguinte, numa sucessão finita de dias ”confortavelmente iguais” (apetecia-me dizer,”aborrecidamente iguais”, onde por vezes nos esquecemos da finitude da nossa breve existência!!!)

Ousaria então afirmar que normalidade é tudo aquilo que nos limita, ou antes, que nos confina na nossa zona de conforto.

No entanto, se uma parte da nossa normalidade parece ter sido escolhida e construída por nós, na realidade ela não é senão o reflexo daquilo que transportamos dos nossos ancestrais, dos nossos pais, da nossa educação, do meio sócio-geográfico onde crescemos e nos desenvolvemos, mas também de algumas regras pré-impostas pela sociedade onde nos encontramos inseridos e de alguns preconceitos que nos foram ”passados” e que nos formatam e limitam.

Ao longo da história da humanidade temos testemunhado disputas e mesmo guerras, fruto do preconceito, xenofobismo e outros ”ismos” que nos dizem ”tu não és igual a mim, logo, não és normal!”

Quando olho para o céu estrelado e o meu pensamento voa para a escala Universal, tomo cada vez mais consciência, que não passamos de meras formigas neste ”Terceiro Calhau a Contar do Sol”. Penso na nossa magnificência, mas sobretudo na nossa insignificância.

Basta um pequeno desequilíbrio cósmico ou até meteorológico, para que nos apercebamos da nossa pequenez e nos resignemos à nossa condição de SERMOS ”apenas” Humanos – sem diferença de género, cor, religião, ideais – a sobreviver num ambiente adverso (pós catástrofe).

Quem é que se detém a pensar no que é normal nesses momentos?!

Viajando agora para os relacionamentos entre os casais, quem me garante que a minha normalidade é a normalidade do meu companheir@?!

Acredito mesmo que existem tantas normalidades, como pessoas na Terra.

Assim, a questão que se coloca num relacionamento será a de ponderar :

”Quanto de (A)normalidade estarei disposto a aceitar na minha companheir@?”

Ao reflectir sobre isto com alguma seriedade, estaremos a não só a descobrir quais os nossos limites e até onde estamos dispostos a ”ir” ou a aceitar num relacionamento ou numa relação sexual, como também o quanto poderemos estar dispostos a afastarmo-nos da nossa normalidade, para ousar experienciar um pouco da normalidade do outro e quiçá descobrir territórios até então desconhecidos que passarão a fazer parte de nós e da nossa normalidade.

 

Atreva-se!