RELACIONAMENTOS E CIÊNCIA

Oito Questões a Considerar Num Relacionamento

A propósito de ciência e relacionamentos….

Muito se fala por aí que a ciência não tem capacidade para fazer o que pertence ao coração!

De facto a ciência não pode sobrepor-se ao coração e ao que de verdade sentimos.

Por muito que a ciência junte dois pares ditos ‘perfeitos’, leia-se, ‘com tudo para que o seu relacionamento dê certo’, se as pessoas não estiverem dispostas a relacionar-se, não pode haver milagres!

Um dos factores comummente aceite, para que um relacionamento funcione, é que um dos elementos não pode abdicar da sua individualidade em prol do outro. Não pode abdicar da sua identidade, dos seus prazeres, dos seus momentos a só, dos seus momentos com os ‘seus’ amigos e família, dos seus gostos….

E quando falo de individualidade, não estou a falar de ser ‘individualista’, ou seja não estou a dizer que deve impôr os seus gostos e prazeres para que o outro os respeite a todo o custo. Estou antes a referir-me de que há que encontrar um espaço na relação, para que ambos possam ser quem são (individualmente falando) e um outro espaço em que ambos terão que aprender a respeitar-se e, eventualmente, a fazer pequenas cedência, por forma a poder criar um ‘nós’.

”Os relacionamentos existem para nos fazer crescer”

Quando duas pessoas decidem unir-se e criar uma vida em conjunto, têm que estar cientes de algumas questões importantes, pois não basta esperar que a química ou a paixão entre ambos, seja suficiente para viver uma relação harmoniosa.

Então como é que as coisas poderão funcionar bem?

#1.RESPEITO

Acima de tudo tem que haver respeito de parte a parte.

Ambos têm que respeitar o outro na sua integridade, escolhas, opções, opiniões.

#2.DESCOBRIR O OUTRO

Depois há que descobrir-se mutuamente.

O que é muito importante para um, poderá ser irrelevante para o outro e vice versa. Assim é necessário que exista todo um processo de conhecimento mútuo, em que cada um tem que ir descobrindo o outro ao pormenor. Para isso, o diálogo aberto e assertivo é importantíssimo.

Costumo dizer que este diálogo tem que ser um diálogo de curiosidade infantil – descobrir a pessoa que se tem à frente, colocando questões, ouvindo as respostas, percebendo e aceitando as diferenças e querendo sempre saber mais, de mente aberta e sem críticas.

Não podemos estar à espera de mudar o outro, quando na maior parte das vezes não aceitamos fazer uma mudança mínima em nós.

#3.DEFINIR LIMITES

Este é um ponto de extrema importância e que no início de uma relação, pode não parecer necessário, sendo até, por vezes, difícil encontrar o momento certo para falar sobre isso.

Independentemente de conhecermos muito ou pouco da pessoa com quem escolhemos relacionarmo-nos, há questões que são para nós inaceitáveis e que devemos assumir e informar, que não estaremos dispostos a aceitar. E elas podem ir de um simples não aceitar conviver com uma pessoa que fume ou beba, ao não admitir a violência física ou verbal, situações de importância vital para cada pessoa em particular, passando por questões de cariz muito pessoal, e que se prendem com os nossos valores inegociáveis, como o não tolerar a falta de honestidade ou a infidelidade.

#4.PROCURAR AFINIDADES

Um ponto importante é procurar as afinidades e não as diferenças.

Se alguma coisa nos atraiu numa pessoa, podemos descobrir o que foi e procurar que mais coisas de que gostamos a pessoa apresenta.

Se queremos começar a apaixonar-nos por alguém teremos que nos focar nos pontos que consideramos ‘positivos’, pois serão esses que nos irão unir.. Há uma frase que gosto muito de citar que diz que ‘quem procura encontra‘, então o que é que quer descobrir na outra pessoa, os pontos que vos unem, ou os pontos que vos separam, aquilo que gosta, ou que o irrita?

Temos que admitir que todos nós temos virtudes e ‘defeitos’, sendo que a estes gosto de me referir como o nosso lado lunar.

No entanto, mais do que defeitos e virtudes, há diferentes pontos vista, diferentes perspectivas e diferentes formas de estar na vida e de olhar o mundo. E o mais fantástico disto tudo é que não há certo nem errado, todas as formas são válidas!

#5.AMAR POR INTEIRO

Amar o todo – com as virtudes, mas também os defeitos.

Quando escolhe amar uma pessoa deve estar ciente que ela traz consigo toda uma história, carregada de vivências, convicções com que foi criada e formatações do ambiente que a rodeou. Também terá que perceber que dificilmente alguém se conseguirá despir de toda a sua bagagem cultural, ao envolver-se num relacionamento – você inclusivé!

Deve então estar disposto a amar as duas faces dessa pessoa – a sua luz e a sua sombra – pois ambos são parte integrante dela!

#6. ACEITAÇÃO E TOLERÂNCIA

Não adianta entrar num relacionamento a pensar que vamos conseguir mudar o outro e formatá-lo à nossa imagem e maneira de ser e de agir, pois isso não só é utópico, como representa uma falta de respeito por quem o outro ‘É’!

Em alternativa, sugiro que olhe para dentro e pergunte:

#7. DAR…PARA RECEBER

Só pode dar o que já tem dentro de si. 

O que está disposto a DAR num relacionamento?

Não pode entrar num relacionamento à espera de receber aquilo que não encontra em si, ou não sabe a dar a si próprio.

Se não sabe proporcionar-se momentos de felicidade e prazer, momentos em que se sente bem, em que se sente pleno, como pode querer colocar essa responsabilidade no outro?

Lembre-se que não pode tirar água de um poço seco, assim aquilo que não tem para si, também não poderá dar ao outro,

Também, se não sabe ser feliz quando está sozinho, não pode esperar que seja ‘o outro’ a fazer-lo feliz. ( e sobre isto já escrevi um outro artigo no meu Blog)

#8. AMAR SEM ”PRECISAR”

Preciso de ti porque te amo!” 

Se está numa relação porque tem necessidade de algo, para preencher as suas lacunas, é natural que se sinta sempre insatisfeito.

Se por outro lado está com uma pessoa, não porque precisa dela, mas porque escolhe estar com ela, porque a ama, embora ‘não precise’ de estar com ela, então a relação tem tudo para dar certo!

Estes são alguns dos pontos que são considerados fundamentais para que uma relação possa sobreviver e possa fortalecer e unir cada um dos seus elementos à medida que o tempo avança e que os desafios vão surgindo.

E, sim! Vão existir sempre desafios que nos tiram da zona de conforto e que são fundamentais para podermos crescer, assim como a nossa relação.

Façam o favor de ser felizes e nunca esqueça de lembrar várias vezes ao dia à sua companheira, o quanto a ama…’no matter what’!